Na guia a cabeça repousa após o encontro bruto,
Daqui posso ver o ritmo da cidade, tão alucinado,
Os pés bem calçados e as rodas a brincar de ir e vir.
Os olhos vermelhos de tanta vida a escorrer pela testa.
Meus olhos de menino travesso, que a avenida já não atravessa.
A polícia avisa que o caos está no chão,
atrapalhando o doce.
Vozes embalam minha mente, que dói aos poucos
Preta fica e dói mais um pouco.
Não pensar e sentir, rói em mim, também.
O corpo descansa,
enquanto eles pensam em remover,
enquanto eles pensam em remover,
Canto baixinho
Um ninar para minha alma.
Logo acaba
É um sopro que vai chegar
Logo vem
Um para sempre a ficar.
E daqui tudo é tão grande
Um choro amiúda meu instante
Talvez uma fêmea, talvez uma mãe, um amigo
Um doente que sente demais...
E antes que pudesse o poder
Tão antes do querer
As coisas acontecem, de um jeito chato
Sem poética
Sem rima
Embola uma revolta
Sem métrica
Sem mestre
E dessa vida insone,
Como se fosse fácil dormir,
Vamos embora
Assim,
Deitados no meio fio,
corpo franzino,
No meio do dia,
Que assiste, tolo,
Nossa ida.
By Camila Passatuto
Um comentário:
Kkkkkkkkk kkkkkkk
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