Biografia da Autora

Camila Passatuto nasceu em 1988, na cidade de São Paulo. Autora dos livros "Nequice: Lapso na Função Supressora" (Editora Penalux, 2018) e "TW: Para ler com a cabeça entre o poste e a calçada" (Editora Penalux, 2017).

Editora do projeto editorial O Último Leitor Morreu (conheça o projeto e as publicações). Escreve desde os 11 anos e começou a atuar nos meios digitais, com blogs de poesias e participações em diversas revistas e projetos literários, em 2007.

Contato: camila.passatuto@gmail.com


domingo, 20 de novembro de 2011

Minha nossa, vida.


Vivo para o adeus das mãos quentes
Das crianças redondas, dos dentes
Das moças fáceis, dos vestidos
Das praças em fumaças, dos peixes.

Vivo para o esquecimento global
Dos meus versos, dos seus restos
Dos antigos, dos que não nascem
Dos maus vistos, dos decassílabos.

Vivo para a morte precoce que ronda
De noite com frio, de medo infantil
De poeira em espirro, de ar em suspiro
De rima torta, de segurança em escolta.

Vivo para a literatura da verdade atual
Espero no alto da sacada o carteiro,
Com as verdades capitalistas sem receio,
Descanso ao rasgar a vitalidade da mentira.

E só assim, com liberdade ou não,
Vivo meio poeta
Morro inteiro poesia.

By Camila Passatuto

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Academia esquizofrênica das letras


Estamos xaropes, nesse mundo doente,
Breves ao extremo; nuances permanentes.

Umbigo especial para o império sem métrica,
Luz que emana por Brasília em toda América.

Na academia das letras só esperam por ti,
Imortal qualquer um, das muitas folhas que perdi.

Se rimo é rebeldia e repressão
Que masturbo em frente ao anfitrião.

Estamos apneia, nesse mundo fumante;
De cacos e mentiras, sem poetas nem amantes.

Finalizo a brincadeira com a pergunta infantil
Qual valor da escrita desse pobre escritor bêbado e vadio?

By Camila Passatuto